Certamente há muitos ídolos que temos na vida. Alguns permanecem na retina, como o pai, um craque de esportes, políticos ou músicos, pessoas que fizeram a diferença para você ou até para a Humanidade. Em outras, o realismo faz com que percamos a imagem de alguém querido, estimado, que passa a ser comum. Em muitos casos a desilusão dilapida a imagem do "super-herói" e este desaparece sem deixar vestígio.
Este não foi o caso de Cliff Burton. Um sujeito feio, cabeludo, desconhecido, baixista (o que seria isso? Muitos perguntariam... rs) de uma banda obscura, barulhenta e que era cultuada por uma parcela dos fãs de heavy metal, no caso algo que se chamou power metal mas que foi eternizado pela denominação thrash metal. Um tal de Metallica, que comecei a gostar em 1985 e que se tornou uma das minhas prediletas desde então.
Um dia da semana, após uma manhã na escola técnica, fui "bater ponto" numa conhecida loja de Heavy Metal no centro de Sampa, na Rua Dr. Falcão, a legendária "Woodstock Discos", de Walcir Chalas (ver documentário na Netflix). Lá, escrito numa folha de papel de embrulho marrom dizia que o baixista tinha embarcado para outra naquele dia, numa localidade chamada Solnahallen, entre Estocolmo e alguma rota estranha para a Dinamarca... rs Informe de John Zazulla, empresário da Megaforce Records, através de uma lista de contatos com as maiores referências de points de Metal no planeta. Mais preciso e rápido do que os sites na internet para informar que hoje faz 30 anos da morte do cara... rs!
Um colega meu, que não curtia metal, me perguntou: "Você não está triste, está"? Eu disse que não, claro, era durão...rs Claro que estava! Fiquei chocado pelo passamento repentino de um cara que era um ídolo, um dos caras de uma das bandas mais fudidas do planeta e que prometia em sua contracapa que conquistaria o mundo... E que os Caras fizeram mesmo, em 1991, com o Black Album, que vendeu dezenas de milhões de álbuns e se tornou, junto com o Nirvana, as bandas mais poderosas do rock do final do século XX.
Ontem procurei uma página ou algo que se lembrasse dos 30 anos do desencarne dele. Nada... Foi um dia corrido, só agora pude fazer uma busca. E encontrei essa ótima matéria postada em um site de rock que não conhecia (e que me pareceu muito bom), que representa um pouco do sentimento do adolescente e de seu ídolo, morto antes dos fatídicos 27 anos dos rock stars. Um anti-herói, que fazia solos de baixo e calava headbangers ao redor do mundo. Certamente participou em 3 dos 5 grandes albuns do Metallica, além de tributos. Ver Cliff'em All, vídeo tributo a esse grande baixista do rock.
Um cara bacana, mais do que um ídolo!
RIP, Cliff! 27/09/1986-2016