sábado, 10 de novembro de 2012

Zé Dirceu: um ator coletivo julgado sem provas

Conheci José Dirceu em outro campo político, como um antagonista, um quadro que julgava que levava o PT para a extrema esquerda (rs), para o socialismo real e que não tinha uma visão de futuro. Um suposto dinossauro do marxismo mais anacrônico e não renovado do século XX.

Com o tempo, de
sde o movimento estudantil dos anos 1980 e 90 até as estruturas e instâncias do Partido dos Trabalhadores, aprendi muito com ele e percebi que muito do ódio que o perseguia era uma espécie de inveja: o líder do PT era um estrategista, um cara que via para além do Partido dos Trabalhadores e que tinha uma visão do Brasil, da América Latina e do Mundo.



Tenho certeza que Zé Dirceu não é um santo. Tampouco um demônio. Ele é um ser humano, mundano, com defeitos e qualidades. Mas certamente o que admiro nele é o que certamente foi sua desgraça: 
a capacidade de articular; a capacidade de articular teoria e prática;  a força para agregar e que certamente incomodava adversários; a tendência a ter tudo sob seu comando (algo que deve ter vindo do velho PCB...rs); um norte definido, inclusive e sobretudo em nível internacional. 


Zé Dirceu não é um cara qualquer. Assim como Lula, Genoino, Raul Pont, Chico Mendes, Leonardo Boff, José Rainha e tantos outros anônimos, ele faz parte da intelectualidade orgânica da esquerda brazuca e latinoamericana.



E certamente é por isso que a Globo, a Veja, a Folha de SP, o Estadão, entre outros veículos de mídia de orientação conservadora, denominados por muitos de PIG (PHA), assim como setores do judiciário, do PSDB, do DEM e do PPS, além da maioria do PV querem prendê-lo. Isso abrirá brechas para judicializar a política e condenar outros adversários políticos progressistas sem provas.


Precisam calar o cara, expor em público e prendê-lo. Conseguiram condená-lo sem provas, mas não conseguirão calá-lo, porque ele é voz coletiva!