Toda relação técnica de produção reproduz novas relações
sociais de produção, dizia Marx.
A reestruturação produtiva, a intensificação das tecnologias
de informação (TI), o toyotismo, os novos materiais e a nanotecnologia mudaram
o mundo. Meio ambiente, religião, moda, relações pessoais, familiares, etc,
tudo mudou! E por que isso não ocorreria na política?
O famoso ciclo de Kondratief -Schumpeter, uma espécie de curva
senoidal que trata do processo de inovação, concentração e distribuição de
capital por décadas afora, é um instrumento que descreve o comportamento
econômico após entradas de inovações desde o século XIX. Agora, os bilionários
do planeta decidiram inovar: não querem distribuir renda para poder ganhar mais
$. Querem manter o que acumularam e deixar mais de 3 bilhões de pessoas na
fome e na miséria no planeta.
Fizeram um movimento internacional de extrema direita que
busca a eliminação de direitos e a concentração de capital, com mais dinheiro
nos cassinos, robotização, uso de TI e tudo mais.
Agora, nosso bilionário de estimação, um neoliberal que
acabou com a Antarctica, a Brahma e entregou tudo para os belgas tornando-se
bilionário fez mais uma reengenharia, dirigindo a Interbrew e sendo dono das
franquias de uma rede de fast foods ianque. Um legítimo sócio-menor do capital
internacional. Agora, Jorge Paulo Lemann inovou na política.
Fonte: Istoé Dinheiro
Os partidos políticos nunca foram muito fortes, organizados
e estruturados no Brasil. Os partidos de centro e de direita são frágeis, têm pouca tradição
e alguns são de aluguel. Isso é algo notório. A reforma política não saiu do
papel e Lemann fez uma ação de "reestruturação produtiva", de flexibilização em que surfa nas ondas políticas em uma estratégia
sofisticada em que montou uma rede pluricelular de deputados.
Como em suas empresas, fez uma seleção de recursos humanos
de acordo com seus objetivos estratégicos, histórias, trajetórias, perfis e
distribuição nacional. Escolheu partidos do campo progressista para infiltra-los,
para não se misturar com legendas “queimadas”, atrair as juventudes, terem
caras novas, influenciando um conjunto amplo de políticos, de acordo com seus
interesses econômicos, sociais e com a cara do Burger King e da Ambev. Show de
bola.
Fonte: Reuters, Câmara Federal
Sem histórias de atuação nas bases eleitorais, com perfis
até de geeks, boa aparência, bom nível de estudo, dinâmicos, simpáticos, foram
eleitos em seus estados. São funcionários padrões de Lemann e se articulam em
vários partidos, alguns sérios como o PDT e o PSB, seguindo a linha neoliberal
em uma rede de deputados coerente, programática e que está no mercado
eleitoral, num nível celular, orgânico e inovador. Os interesses do bilionário
são garantidos de forma invisível, sem desgastes, com cara de “mocinho”.
A politica deixa de ter postos de trabalho para estar no
fluxo de produção política. As pautas dos bilionários agora são defendidas por
nuvens de deputados, alojados de acordo com os interesses do clube dos mais
ricos. Os partidos progressistas têm de ficar espertos e não caírem no canto da
sereia... rs! Na próxima, porque nessa caíram feio e os direitos sociais e trabalhistas estão indo para o vinagre.
Um link para acompanhar a novela hoje: https://www.brasil247.com/brasil/deputados-da-bancada-de-lemann-convocam-coletiva-para-justificar-infidelidade-partidaria?utm_source=notification-mobile&utm_medium=notification
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