sábado, 5 de novembro de 2022

INTERVENÇÃO= TAPETÃO? A POLÍTICA TRATADA COMO FUTEBOL

O Mundo está maluco ou eu pirei? (Talvez as duas coisas... rs!)

Eu cheguei à conclusão nos últimos tempos que conversar com fascistas e nazistas, viúvas das ditaduras, terraplanistas, neopentecostais e bozominions em geral é inútil. A lavagem cerebral feita a muitas pessoas nos últimos anos foi forte e é impraticável o processo de convencimento mútuo. Depois de muitos anos me perguntando como alemães, japoneses e italianos caíram nessa viagem, entendi isso vivendo isso na carne. O Brasil viveu esse delírio por 4 anos e é muito doloroso para a convivência e em suas consequências para a vida.

As redes sociais acentuaram as nuvens. Elas são distintas para a comunicação entre pessoas, parece uma Torre de Babel no século XXI... Habermas encontra o Papa e um bárbaro que não é Átila, em uma comunicabilidade insana, sem diálogo plausível... rs

Mas há algum tempo notei que há um discurso semelhante, que fazemos há gerações, sem grandes problemas: FUTEBOL. Papo que rola entre a grande maioria das pessoas, sem credo, cultura, classe ou distinções de gênero e/ou orientação sexual. Lembrei até de um filme do Almodovar, “Carne Trêmula”, na qual os antagonistas que estão em uma briga física param de se esmurrar e se unem para celebrar o gol em um clássico espanhol,  Real Madrid x Barcelona.



Menino chorando na Copa de 82, Brasil 2 x 3 Itália

O seu time pode estar errado, vc sabe que a outra torcida tem razão, que o juiz não roubou, mas continua a dizer que o outro time roubou, que não foi penalti e que o juiz é ladrão. Inventa-se qualquer desculpa para negar que seu time não foi campeão porque o outro foi melhor em campo. E isso é aceito por todo mundo, com risadas e convivência com o inusitado. Uma piada de mau gosto que só não é aceita por guerras entre torcidas rivais. Aí já vira coisa de vida ou morte, vira conflito marcado pelo whattsapp em alguma rua distante, para um acerto de contas irracional, insano...

Pois é, mudou-se o debate do futebol acriticamente para a política. A pessoa pode saber que o governo foi genocida e matou ao menos 300 mil pessoas de Covid; que houve explosão de desemprego, fome e miséria em níveis alarmantes, basta olhar para as ruas; que o rombo e a privataria da Petrobras mais do que duplicou o valor da gasolina, afetando o custo de vida; que o atual presidente comprou 51 casas em $ vivo, com 4 filhos vereadores, deputados e congêneres das milícias. Vale tudo para ter o time que venceria, deixar tudo como está, com o troféu na prateleira. Afinal, em time que está perdendo não se mexe... rs Manter o status quo, a desigualdade, a tradição ou simplesmente ter o seu time vencedor, vale tudo!

Até as cores se misturam nesse filme insano. Um time adota o amarelo, a camisa da CBF, como símbolo do golpe de Estado de 2013-16. E dali quem é “patriota” usa isso como símbolo. Os “vermelhos”, os “comunistas” (progressistas, liberais, sociais-democratas, nacionalistas, socialistas, comunistas, anarquistas e roqueiros) não gostam do Brasil, por isso querem pintar a bandeira com vermelho. Só espero que não queiram mudar o nome do país, que é vermelho (Brasil... rs). Briga entre grupos: Amarelos x Vermelhos. A simbologia não é futebolística?

Daí chegamos à transcendência do futebol. O time roubou, cometeu ilegalidades, orçamentos secretos por 100 anos, meteu chutes abaixo da linha de cintura, socos, subornou alguns árbitros, feriu e matou pessoas e mesmo assim perdeu o jogo: 60 x 58. Uma derrota irrefutável.

Mesmo com o apito final, declaração da CBF, Conmebol, UEFA, FIFA com atestado do campeão 2022, o time perdedor se nega a reconhecer o resultado. Leva bolas, invade estádios, bota fogo em pneus e quer ganhar através de um tapetão mundial. Com o apoio ou a ausência de aparelhos públicos de segurança e repressão. Clama por intervenção da FIFA, ONU e Tribunal de Haia. De um presidente derrotado, sem nenhum apoio em nível mundial ou de um grupo de loucos, às dezenas em estradas ou na frente das Forças Armadas. Ou seja, um tapetão que não tem sequer tribunal de apelação fora dos gramados e da vida.

Pode isso, Arnaldo?

Brasil 1 x 7 Alemanha, 2014

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